Angus e Ultrablack ganham espaço para produção de qualidade no RJ

Presente nas 27 unidades da federação, a raça Angus vem demonstrando cada vez mais sua aptidão para a produção em diferentes sistemas e localidades do país, como o Rio de Janeiro. Os criadores da raça no Estado têm colhido lucratividade e produtividade nos negócios ao investir na produção de animais meio sangue Angus. Uma das propriedades de destaque na região é a Primus Ipanema Agropecuária, localizada em Macaé, no Norte do RJ. Lá os exemplares vão para o confinamento com 21 meses de idade e com cerca de cem dias estão prontos para o abate. Para assegurar os ganhos, a fazenda, que trabalha com integração lavoura-pecuária, mantém uma dieta balanceada para os animais e ganho médio de peso diário de 1,600 quilos. “Essa dieta propicia um desempenho com um bom acabamento em termos de gordura e ganho de peso, o que vai dar uma carne com mais maciez e marmoreio que tendemos saborear muito melhor”, afirma Jonas Kluppel, veterinário da Primus.

A propriedade foi uma das visitadas pela comitiva da Associação Brasileira de Angus durante gira técnica pelo RJ entre os dias 26 e 27 de setembro. O grupo, formado pelo presidente da entidade, Nivaldo Dzyekanski, pelo gerente de fomento, Mateus Pivato, pelo técnico de Fomento, João Pedro Veiga, e pelo técnico de controle de qualidade do Carne Angus Certificada, Murilo Galliani, esteve em duas fazendas da região a fim de conhecer de perto o trabalho que vem sendo realizado pelos usuários da raça Angus, seja em sistema de ciclo completo (cria, recria e engorda) ou sistema de cria. “O gado Angus está se adaptando muito bem à região, ao calor, tendo um bom desempenho, tanto os machos quanto as fêmeas. Isso nos alegra, pois revela a força que a genética Angus tem para desempenhar bem por todo o país e ainda garantir ao produtor carne de qualidade”, avalia Dzyekanski.

Segundo Pivato, a expansão constante da genética Angus pelo país mostra como a raça é versátil e se encaixa em inúmeros sistemas de produção no Brasil. “Se o criador, o entusiasta da raça, quem quiser produzir carne de qualidade, compreender bem como é seu sistema, ter um foco de produção, a raça Angus certamente tem uma genética adequada que vai se enquadrar bem nesse sistema e sem dúvida vai garantir o sucesso dos negócios”, destaca.

E o resultado da produção da Primus pode ser conferido no gancho. Durante a visita, 20 exemplares foram selecionados para abate no Frigorífico Boi Boi, em Quissamã, dos quais cinco foram certificados. A ideia foi mostrar na prática os rígidos padrões avaliados pelo Programa Carne Angus Certificada para garantia do selo verde-amarelo da Angus no produto final. “Como foi o primeiro abate premium que a propriedade realizou, avalio o resultado como excelente, pois houve um aproveitamento de 25%. A missão agora é ampliar a difusão dos benefícios da raça aos produtores, apresentar o Programa Carne Angus Certificada para indústrias frigoríficas da região e alavancar a produção de carne certificada derivada da raça Aberdeen Angus na região norte do Estado do Rio de Janeiro”, pondera Galliani.

A gira pelo RJ contou, ainda, com visitas às propriedades Saudade, em Macaé, e Esplendor, em Campos dos Goytacazes. Na ocasião, os membros da comitiva destacaram os avanços da raça pelo país, novas técnicas e processos de seleção de animais que assegurem produção de carne premium. O evento foi uma organização do Núcleo Angus Tropical e da Fazenda Esplendor.

Ultrablack em destaque no RJ
Ganhando espaço entre os pecuaristas brasileiros como mais uma ferramenta para produção de carne de qualidade, a raça Ultrablack deve ter, nos próximos meses, seus primeiros animais registrados no Rio de Janeiro. Uma das propriedades que está apostando na genética é a Esplendor, em Campos dos Goytacazes, do criador e presidente do Núcleo Angus Tropical, Hudson Oliveira Jaber. A fazenda conta, hoje, com 20 matrizes da raça, bem como parcerias com a raça Brangus, fazendo Ultrablack. “Já estamos fazendo FIV, coletando dessas vacas e dos parceiros, produzindo embriões de Ultrablack e colocando nas nossas vacas meio sangue, a fim de criar um plantel de Ultrablack e ampliar a raça não só para o RJ, mas para o Brasil também”, explica. O objetivo, segundo ele, é buscar a rusticidade desses exemplares para atender ao clima mais quente da região. “Nossa expectativa é, no próximo ano, ter cerca de cem animais disponíveis para o mercado”, prevê. A propriedade foi palco de dia de campo, com cerca de 70 criadores da região, acompanhando palestras dos representantes da Angus.

Para Pivato, o crescimento da utilização de Ultrablack pelo país mostra a importância da raça na produção de qualidade em ambientes mais restritivos. “A raça anda muito bem em ambientes mais quentes, como no RJ, e, por isso, tem sido utilizada por criadores de diversas regiões que querem produzir ao final do processo carne premium ao mercado”.

Crédito: Del’ Mattos Comunicação

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