Rio da Paz, Limeira, Barragem e São Xavier vencem o Supremacia Genética

A Fazenda Rio da Paz, de Cascavel (PR), e a Fazenda Limeira, de Pinhão (PR), venceram o prêmio Supremacia Genética da raça Angus, concedido pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC). O resultado, que leva em conta o desempenho atingido (maior índice final da geração 2019) entre propriedades inscritas no Promebo e atuantes no melhoramento genético de seus rebanhos, foi anunciado em live de lançamento dos Sumários 2021/2022 na terça-feira (29/06). A Fazenda Rio da Paz venceu com o touro Nato Easy da Rio da Paz 2648, de tatuagem 2648, destaque da geração 2019 com Índice Final de 61,45. Entre as fêmeas, a vitória foi para o ventre Bugatti Angus da Limeira EY TE GRF TE80, tatuagem TE80, destaque da geração 2019 com Índice Final de 57,81.

Entre os exemplares Ultrablack, venceu a Estância da Barragem, de Alegrete (RS), criadora do touro Barragem Ultra U03, tatuagem U03, destaque da geração 2019 com Índice Final de 33,14. Entre as fêmeas, sobressaiu a Cabanha São Xavier, de Tupanciretã (RS), criadora do animal São Xavier UB 6140, de tatuagem 6140, destaque da geração 2019 com Índice Final de 27,71.

Touro Nato Easy da Rio da Paz 2648, de tatuagem 2648

Durante o encontro virtual, que reuniu criadores de diferentes raças, a ANC apresentou os sumários impressos 2021/2022. O projeto é capitaneado pelo Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo) com apoio da Embrapa. Neste ano, pela primeira vez, além de informações sobre os touros, o Sumário também trouxe informações sobre as fêmeas jovens. “É uma forma de valorizar o melhoramento genético como um todo”, explicou a superintendente de Registro da ANC, Silvia Freitas, mediadora da noite de prêmios.

​​​​​O presidente da ANC, Ignacio Tellechea, aproveitou a oportunidade para lançar o Sumário On-line, uma ferramenta que permite consultas públicas e gratuitas à base de dados da entidade. Agora, o sistema terá atualizações semanais, o que permitirá aos criadores contar com informações sempre recentes dos reprodutores. Em sua manifestação, Tellechea também comemorou a implementação do Origen, sistema que permitiu a integração do banco de dados de registro genealógico da ANC com o Promebo. “O grande valor desse sistema não está na interface, está no banco de dados”. Com ele, indica o presidente da ANC, se tem uma ampla oferta de informação de qualidade ao criador, permitindo que ele co​nsulte qualquer dado genético através de diversos filtros nas características desejadas e se consiga trabalhar com o melhoramento do rebanho focado nos seus próprios indexadores. “Chegamos à ANC há seis anos dispostos a resolver os problemas de forma definitiva. O Origen é a cereja desse bolo e só foi possível graças a uma equipe muito boa que trabalhou duro”, reconheceu Tellechea, que deixa a presidência no final de 2021.

Ventre Bugatti Angus da Limeira EY TE GRF TE80, tatuagem TE80/ Crédito: @rc.bilo

Também no encontro, o presidente do Conselho Técnico da ANC, Flávio Montenegro Alves, ressaltou o trabalho exitoso da gestão na implementação do sistema que visa qualificar e expandir o Promebo. Ele ainda lembrou que este não é um programa comercial, mas uma ferramenta voltada para o criador que realmente quer qualificar seu plantel. “O criador não deve buscar o Promebo para ter animais Dupla Marca, mas sim para conhecer seu rebanho, descartar fêmeas e machos improdutivos. O Promebo não tem fim comercial, mas fim de melhoramento”, frisou contundente.

A programação da ANC ainda contou com palestras técnicas e apresentação de criadores que mostraram, na prática, os ganhos do uso de animais melhoradores no rebanho. O pesquisador e chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, de Bagé (RS), Fernando Cardoso, detalhou o uso do Origen e a implementação de marcadores genômicos. Segundo Cardoso, o ano de 2021 é um marco no trabalho de melhoramento genético no Brasil. “Estamos vendo aqui a interface. O que dá utilidade é o banco de dados que tem por traz. Para qualificar esse banco e unir registro e melhoramento, tivemos que estudar e eliminar redundâncias. Isso foi um trabalho de time”, justificou. De acordo com o pesquisador, trabalhos como esse agregam diferencial para a genética selecionada no Brasil porque integram a pesquisa, entidades e os produtores, que são as pessoas que realmente tomam as decisões de seleção. “A incorporação da genômica e a qualificação do banco de dados vão acelerar esse processo de melhoramento. Porque melhoramento é avançar sempre”.

Na sequência, o criador e técnico da Associação Brasileira de Angus, Antônio Francisco Chaves Neto, trouxe relato sobre o avanço do uso de reprodutores nacionais e apresentou dados concretos dos ganhos obtidos com a genética brasileira em relação a touros norte-americanos. “Touros bem avaliados no Brasil têm dados bem semelhantes aos de reprodutores bem avaliados na associação americana”, frisou, indicando aumento de 25% no uso da genética Angus nacional. Uma das tendências indicadas pelo técnico foi a avaliação de animais meio-sangue para criação de indexadores para reprodutores puros. O evento também contou com a palestra do criador de Devon, Henrique Ribas, da Cabanha Santa Alice, de Santa Maria (RS), e da Cabanha Saudade, de São Gabriel (RS).

A live completa com as apresentações técnicas e entrega de prêmios pode ser conferida no Canal de YouTube da ANC no link: https://www.youtube.com/watch?v=6qf2HrMU34E