Churrasco na web

Churrasco é sinônimo de confraternização e muito conhecimento da arte do fogo e da carne. Em tempos de pandemia, quem quis aprender teve de inovar no formato da aula de assado. Uma demonstração veio das iniciativas que surgiram para compartilhar conhecimento nas redes sociais: as lives.

Expert no assunto comunicação e nem tanto em assado, a agroinfluencer Camila Telles aceitou o desafio de fazer seu primeiro churrasco ao vivo em uma live pelo seu canal de Instagram (@caamilatelles). Em uma transmissão que teve mais de 23 mil visualizações, ela contou com o auxílio de uma professora e tanto: a chef Clarice Chwartzmann (@claricech). Para completar o time e garantir a maciez e o sabor top da carne, a Associação Brasileira de Angus somou-se ao projeto remetendo cortes de Carne Angus Certificada para abrilhantar a parilla dessa dupla de peso.

Diretamente de São Paulo, Clarice orientou o assado passo a passo, desde a montagem do fogo até o ponto de levar a carne à churrasqueira portátil, cortar e servir os cortes. Com mais de 5 milhões de inscritos no seu canal do Youtube e 152 mil seguidores no Instagram, Camila conta que o churrasco sempre esteve presente na sua vida, como algo tradicional. Porém, como morava sozinha em Curitiba (PR), “estava sentindo muita falta de comer um churrasquinho no final de semana”. A maneira de acabar com essa saudade foi a live. “Pedi pra Cla me ensinar. E achei legal compartilhar isso com os meus seguidores e, com certeza, muitos queriam participar também. Por isso, aproveitei e fiz aula. E foi uma experiência muito desafiadora, porque não sabia se iria acertar ou errar. Mas foi um sucesso”, celebra a influencer, que garante que cozinhar on-line foi uma saída durante a pandemia. “As confraternizações virtuais se tornaram presentes no nosso dia a dia. Claro que não é como a presencial, mas é uma maneira de estar com as pessoas”.

O sucesso foi tanto que ela diz que as pessoas seguem pedindo receitas e querem saber os detalhes de como fazer um bom churrasco. “O mais legal é que, depois disso, as pessoas me viram como uma mestre churrasqueira. Ainda recebo muita coisa, e muitas meninas me perguntam como fazer. Realmente foi um retorno incrível”, comemora.

E, nesse processo de aprendizado, a professora Clarice Chwartzmann deixa uma dica importante, seja o assado presencial, seja virtual: “É que nem bolo. Tem de ter planejamento”, recomenda, citando que é preciso deixar separados os itens e utensílios necessários, como grelha, pegadores, facas, tesoura e carvão, além, é óbvio, da Carne Angus Certificada.

Outra iniciativa que fez o público salivar na tela foi o “Churrascada em casa” (@churrascada). Com apoio do Programa Carne Angus Certificada, as transmissões pelo canal do Youtube e do Instagram atraíram milhares de visualizações em 2020.

Em clima de festa, as lives se tornaram grandes “churrascos coletivos”. Durante uma das edições, o churrasqueiro chef Netão Bom Beef (@netaobombeef), além de assar, deu muitas dicas para um preparo perfeito e valorização de uma carne de qualidade. Um ponto importante para acertar no assado, recomendou ele, é verificar se o corte escolhido é certificado Angus, o que garante a qualidade do produto, mas também seu controle e procedência. Netão Bom Beef aproveitou a churrascada virtual para falar mais sobre as características da carne Angus e sobre as exigências para certificação de carcaças, como o animal ter o mínimo de 50% de genética Angus, idade máxima de 30 meses e mínimo de 4 milímetros de gordura.

Hora de transbordar o que se tem de melhor
Criado para difundir a cultura do assado para o público feminino, o movimento Churras das Gurias (@churrasdasgurias) expandiu sua agenda virtual durante a pandemia. A ideia surgiu da necessidade de interação social, de falar e compartilhar assuntos que antes eram comuns nas reuniões e eventos.

Crédito: @frankinfocus

A proposta, explica a chef Lorena Lacava (@lorena_lacava), idealizadora do projeto que tem mais de 21 mil seguidores no Instagram, é doar tempo e compartilhar o que se sabe com as pessoas. “É hora de transbordar o que a gente tem de melhor.” Para engrossar o caldo, as lives ainda se tornaram um canal de doação de alimentos, itens de higiene para comunidades em vulnerabilidade e álcool gel e equipamentos de proteção para os dois hospitais de Guarapuava (PR), onde mora Lorena. “A repercussão foi superpositiva. Além do apoio de empresas que patrocinaram as lives maiores, o público interagiu e ajudou muito com as doações”, conta Lorena, com fôlego de quem confia que falar de churrasco e de carne é “um assunto que faz muito bem e não cansa nunca”.

Mas, para quem está acostumada com grandes eventos, preparar um churrasco virtualmente não foi simples. “Bah! Isso foi um grande desafio”, reconhece Lorena Lacava, carregando no sotaque de Santana do Livramento (RS). Sobre os bastidores das transmissões, ela confidenciou que buscava seguir o roteiro, o que conseguia apenas na primeira meia hora da programação. “Depois, seguia meu ritmo”, admite.

Segundo Lorena, o crescente sucesso das lives tem uma justificativa: tempo extra. “As pessoas geraram uma necessidade ainda maior de conhecimento, em fazer o churrasco, em aprender sobre os cortes, onde e como comprar e técnicas diferentes para cozinhar sua própria comida”, enfatiza.

Além dos eventos com apoiadores, Lorena gravou outros projetos, como um módulo do curso do churras das Gurias on-line, que traz informações sobre a qualidade da carne, a produção, os assados em grelha, entre outros. E o saldo superou as estimativas iniciais, além do público e das doações. “Gerar experiências, mesmo que a distância, foi uma das maiores descobertas das lives. Além de estreitar laços e fazer amigos mesmo sem conhecê-los pessoalmente”, diz.

Crédito: Gabriel Olivera