Angus além da porteira

Foi-se o tempo em que Angus era um bom negócio apenas nos campos, nos frigoríficos ou nas boutiques de carne. Atualmente, empreendedores e investidores já percebem o potencial da raça e apostam em inserir o conceito de qualidade que carrega consigo nos mais diversos segmentos. É o caso do empresário gaúcho Luís Fernando Dallé. Foi viajando pelo mundo afora que surgiu a inspiração para criar o projeto do Hotel Angus, em Bagé (RS). Numa viagem aos Estados Unidos, quando visitou a American Angus Association, percebeu que sua paixão pela raça iria além das divisas da Cabanha Dallé, propriedade localizada em Aceguá (RS), onde cria com esmero 130 cabeças de gado Angus PO. Empresário do ramo imobiliário com a Dallé Construtora, ele decidiu criar o hotel para homenagear e evidenciar a história da Angus de forma definitiva.

Por conta da pandemia de Covid-19, o evento de lançamento do projeto, marcado para o mês de março de 2020, foi cancelado. Porém, o fato não abalou o entusiasmo do empreendedor. Em setembro, a construção voltou a todo o vapor, com a retomada das obras do restaurante, da área social e adega. Ao todo, serão 89 apartamentos distribuídos num prédio de cinco andares, que poderá abrigar até 200 hóspedes. “É um processo movido pela paixão”, afirma Dallé. A ideia é contar, por meio de fotos e pinturas pelas paredes do hotel, a história das cabanhas de Angus mais importantes de Uruguai, Argentina e Brasil. O investimento do projeto gira na casa dos R$ 10 milhões.

Segundo Dallé, que também é dono do hotel temático do cavalo crioulo na cidade, o empreendimento servirá para resgatar e preservar a memória do município de Bagé como a porta de entrada do Angus no Brasil. Os registros oficiais da raça indicam que o primeiro touro Angus a chegar ao país foi o reprodutor Menelik, trazido do Uruguai por Leonardo Collares Sobrinho em 1906.

Com a pausa nas obras ocasionada pela pandemia, a previsão de conclusão do Hotel Angus é para novembro de 2021. O empresário se mantém confiante com o prazo. Um dos detalhes que promete chamar a atenção é a escultura em concreto de um touro Angus de 2,5 toneladas que ornamentará a fachada. “Queremos que seja um templo da Angus em Bagé”, declara.

Outro empreendimento que aposta na qualidade da Angus para atrair clientes é o novo Hotel Olive, em construção em Candiota (RS). Focado em oferecer uma experiência inusitada a seus hóspedes, o empresário paulista Luiz Eduardo Batalha pretende unir gastronomia de alta qualidade e turismo rural. Sem data definida para inauguração por conta das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, o investimento é estimado em R$ 12 milhões e contempla um hotel fazenda, resort temático e, claro, muita Carne Angus Certificada no restaurante.

Comandando a produção nacional de azeite de oliva com 70 mil litros anuais na Azeites Batalha, o investidor conta que, quando foi para a África do Sul passar um período de férias, observou que apenas hospedar-se em lugares diferentes não era suficiente. “Cada dia, víamos um animal diferente e fazíamos passeios. Isso foi uma grande experiência”, lembra. Por isso, quando voltou, resolveu aplicar o modelo de atividades aos hóspedes daqui. “A fórmula é de sucesso. Não tenho a menor dúvida”.

Inicialmente pensado para ter 20 apartamentos, o projeto do Hotel Olive foi pausado para ser reestudado. “Notamos uma tendência dos chalés. O pessoal está com vontade de estar sozinho nos lugares. Então, estamos avaliando a possibilidade”, revela. Porém, a piscina aquecida, as quadras de tênis e uma grande adega estão confirmadas. Na parte gastronômica, Batalha quer investir em chefs de cozinha especializados para garantir os melhores sabores da região, dispondo, principalmente, de carne Angus, azeite de oliva e de cordeiro para os hóspedes.

Crédito: AEG Arquitetura e Gerenciamento

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