Touro Angus registrado explorando o Sudeste

Em seu terceiro ano de projeto pelas estradas do Brasil, o Circuito Touro Angus Registrado desembarcou no Sudeste, região que vem se consolidando como berço de genética muito valorizada nas pistas de remate. Apesar de não ser a área do Brasil com maior produção de animais Angus puros, o Sudeste concentra uma expressiva fatia dos negócios da raça. Para se ter uma ideia, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo absorvem apenas 11% das doses de sêmen Angus comercializadas no país, mas movimentaram altas somas em leilões de reprodutores.  Em 2019, o circuito percorreu 9,4 mil quilômetros, visitou 20 municípios e  mais de 50 veículos de imprensa, falando da raça e divulgando o trabalho dos criadores.

Para recrutar novos investidores e aproveitar ao máximo as potencialidades da região, o gerente de fomento da Angus, Mateus Pivato, abriu a agenda do ano levando informação à região de Itatinga (SP). Recebido pela equipe da Verdana Agropecuária, falou sobre a escolha de touros para obtenção de lucro e qualidade no gancho.  A gira de palestras ainda contou a participação da superintendente da Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares, Sílvia Freitas, que detalhou aos presentes como é feito o sistema de registro de reprodutores. Nesta temporada, o circuito ganhou reforço da equipe do Programa Carne Angus Certificada. A palestra do coordenador Maychel Borges arrancou elogiou da plateia pela maestria em comunicar de forma simples a essência do trabalho de melhoramento genético com foco em carne de qualidade.

O segundo destino do ano foi o interior de Minas Gerais. As equipes da Angus e ANC seguiram viagem por Pouso Alegre, Poço Fundo, Paraguaçu, Varginha e Silvianópolis, percorrendo a imprensa local e interagindo com criadores. Desta vez, o ciclo de palestra ocorreu em Silvianópolis, na propriedade do criador Paulo de Castro Marques. Na ocasião, a gerente do Carne Angus, Ana Doralina Menezes, palestrou sobre os avanços do projeto, que vem elevando a renda no campo e a qualidade na mesa do consumidor. Na plateia, gente que veio de longe saber mais sobre a raça. Como a zootecnista Veruska Santos Goulart, que administra a Fazenda da Barra, em Itajubá (MG). A propriedade foi herdada do avô Benedito Pereira dos Santos com rebanho Nelore e Simental. Nos últimos cinco anos, a propriedade vem retornando ao rebanho Nelore para produção de meio-sangue Angus. “Como trabalhamos com produção de bezerros, o que vemos é que a procura pelo produto meio-sangue Angus pelos compradores é muito maior”, conta a pecuarista, que espera ampliar a oferta de animais Angus em 2020. Com cargas completa, já planeja elevar o valor dos bezerros Angus em R$ 1,00 por quilo vivo em relação aos R$ 7,00 obtidos atualmente. A propriedade, conta ela, trabalha apenas com inseminação artificial e, em 2018, testou a genética Casa Branca em alguns lotes de produção. “Para o próximo ano, queremos que 80% da nossa produção seja de meio-sangue Angus”, projetou a criadora, que também está avaliando a possibilidade de uso de Ultrablack.

A agenda do ano encerrou-se com retorno à São Paulo, desta vez nos municípios de Jaguariúna, Mogi Mirim, São João da Boa Vista e Pirassununga. Com a companhia do diretor da Associação Brasileira de Angus, Flávio Montenegro Alves, a equipe do Circuito Touro Angus Registrado conversou com criadores paulistas e viu muita gente interessada na raça. “A cada região que visitamos, sempre descobrimos gente nova interessada em saber mais sobre a Angus e disposta a investir. Somos sempre muito bem acolhidos”, frisou Pivato.

O presidente da Associação Brasileira de Angus, Nivaldo Dzyekanski, pontuou que o resultado do projeto, iniciado ainda na gestão de José Roberto Pires Weber, é inestimável. “Temos aqui um contato direto com o criador e até com quem ainda virá a ser. Isso é o que entendemos como fomento, porque leva informação ao homem do campo.” Muitas vezes, relata ele, nossa equipe deparou-se com grande desinformação sobre a raça. “Em algumas localidades, explicamos questões básicas da raça, o que mostra que a Angus já cresceu muito, mas ainda tem mais a avançar”, pontuou, salientando as dimensões continentais do Brasil.

Você encontra esse e mais conteúdos do Anuário Angus 2019 aqui.

Crédito: Carolina Jardine

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