Temporada de recordes e projeções otimistas para 2020

A oferta de reprodutores altamente valorizada marcou os remates da raça Angus na temporada de Primavera 2019. A média de crescimento dos preços em pista no Rio Grande do Sul, por exemplo, é de 15%, segundo estimativas gerais apontadas por leiloeiros rurais. Alguns fatores contribuíram para o crescimento da procura pela raça: o efeito China, que culminou na valorização do preço do boi gordo, e a corrida dos criatórios do Paraná para reforçar seus plantéis, já que, em breve, o estado deixará de ser, ao menos temporariamente, o maior comprador interestadual de animais vivos do Rio Grande do Sul em função da retirada da vacina contra febre aftosa.

Esses dois fatores, somados ao aumento do otimismo dos criadores com os rumos da pecuária, movimentaram os leilões nos meses de setembro a novembro. O boom do preço do boi gordo, no entanto, consagrou uma segunda Primavera dentro da mesma temporada. “A primeira, até o final de outubro, já estava melhor que a de 2018, com um acréscimo médio de 10% nos preços dos reprodutores. Mas, em novembro, ocorreu algo histórico, com a alta do boi gordo na casa dos 30% em poucos dias”, afirma o vice-presidente de Fomento da Associação Brasileira de Angus, Luís Felipe Cassol.

O ano de 2019 também foi marcado por recordes. A novilha Cayenne TESM024 Wide de São Marco, grande campeã da Expolondrina 2019, teve cota de 50% arrematada por R$ 240 mil, o maior preço já pago por um exemplar da raça Angus no Brasil. Façanha atingida logo na estreia da Cabanha São Marco, que realizou seu remate em Itapeva (SP). Meses depois, o mercado paulista atraiu atenções novamente com a comercialização de metade do reprodutor MR Gar First Light 279 por R$ 150 mil. O feito atingido pelo criador Valdomiro Poliselli Jr. no Leilão VPJ Ganética estabelece nova marca para os machos.

Apesar de 95% dos reprodutores Angus terem sido comercializados ainda na primeira fase dessa Primavera atípica, o que se vê é um cenário de euforia, o que sinaliza bons presságios para os remates em 2020. O presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais (Sindiler), Enio Dias Santos, informa que a média dos reprodutores bateu a marca dos R$ 9,56 mil, resultado similar a patamares alcançados antes da crise. As pistas que negociaram Angus, no entanto, têm como marca a agilidade e liquidez. “Antes dos eventos oficiais, os compradores estão fazendo negócio, já buscando aproveitar a época para o entoure na pastagem”, afirma Santos. De acordo com o presidente do Sindiler, é importante que o selecionador observe esse movimento do mercado que busca produzir mais cedo, o que permite alcançar exemplares mais pesados na desmama e, com isso, levar ao mercado animais mais pesados e precoces.

Para o leiloeiro Fábio Crespo, titular da Parceria Leilões, as vendas de reprodutores e fêmeas selecionadas Angus mais uma vez se mantiveram firmes. O leiloeiro, que comandou 18 remates com a raça em diversas praças, estima que a demanda chinesa pelos cortes brasileiros vai incentivar ainda mais os criadores a trabalhar com carne de qualidade, uma tendência que deve se manter ao longo de 2020.

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Crédito: Gabriel Olivera

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