Touros terão percentil de posicionamento como DECAs
- Dia 26/04/2019
A Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) está adotando um novo sistema de ranqueamento para reprodutores superiores. Agora, o Sumário de Touros traz os percentis exatos obtidos pelos reprodutores para enquadramento nas classes Deca 1 (10% superiores), 2 (20% superiores), 3 (30% superiores) e 4 (40% superiores). Durante palestra realizada na Expoutono, em Uruguaiana, na quinta-feira (25/04), o presidente do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da ANC e diretor da Associação Brasileira de Angus, Flávio Montenegro Alves, informou que a ideia é hierarquizar as opções disponíveis e dar ferramentas mais refinadas de decisão ao selecionador. “Um animal que tenha percentil 11% é quase um Deca 1, ao passo que um que tenha 19% é quase Deca 3”, exemplificou.
Afinal, destacou o especialista, quanto mais precisão se tiver nas informações, mais assertiva será a escolha dos acasalamentos. Segundo Alves, a precisão e o olhar individualizado nessa hora são essenciais para obter o melhor resultado para um rebanho. “Se tivermos que usar cinco ou seis touros em uma mesma propriedade, vamos em busca dos melhores resultados dentro de nossos objetivos”, recomendou, salientando que a escolha do sêmen a ser empregado em cada ventre é o momento crucial de todo o processo.
Alves lembrou da importância de qualificação dos técnicos avaliadores para garantir dados precisos à disposição dos criatórios, evitando erros de interpretação. “Estamos trabalhando na qualificação dos técnicos avaliadores”, informou.
Com a didática de um bom professor que divide o saber com seus alunos, fez recomendações sobre critérios essenciais na hora de escolher um reprodutor para acasalamento. Entre eles, citou peso ao nascer, peso ao desmame, peso ao sobreano, conformação, rusticidade, precocidade sexual, tamanho e pelame.
Para dar início ao processo de selecionamento genético, sugeriu ao pecuarista ou ao profissional que o orienta a adotar um sistema de identificação eficiente, o que simplesmente se faz com o uso de brincos. No nascimento, aconselhou a prática de anotações de data, sexo, número da mãe e peso de todos os terneiros. Salientou sobre a importância de manter a rusticidade no manejo dos animais para que eles possam manifestar seu verdadeiro potencial genético. “Para uma seleção eficiente é preciso proporcionar ao animal as condições mais naturais possíveis.”
Com mais duas avaliações – ao desmame e ao sobreano – já é possível implementar um bom programa de seleção. No desmame, indica que se avalie sempre o peso de desmame e escores visuais, como conformação, musculatura e precocidade. “Com essas informações e o peso já se gera um índice de desmame.” Alves recomendou que os animais sigam nos mesmos grupos de manejo e que o criador atente para a necessidade de separar os lotes por sexo. Ainda referendou a relevância de trabalhar com jejum prévio de, no mínimo, 8h, principalmente hídrico, e que o serviço seja integralmente executado por um único avaliador.
A fase do pós-desmame, informa, é essencial para identificar os melhores animais tendo em vista o afastamento da mãe e a diferença alimentar que decorre da retirada do leite. Recomendou que o trabalho continue nos mesmos grupos de manejo para manter condições iguais de ambiente. Na avaliação de sobreano, deve ser feita nova pesagem e avaliação de escores visuais, podendo também haver a realização de ultrassonografia para mensuração de aptidão carniceira. Ainda alertou sobre a relevância de mensuração de circunferência escrotal, o que impacta diretamente na precocidade sexual.
Ao fim do trabalho de campo com os rebanhos, os dados coletados nas propriedades são processados pelo Promebo e retornados ao criador. “Geralmente, o pecuarista olha aquele mundo de números e se assusta. Essa é a hora que o avaliador tem que sentar junto com ele e orientar, mostrar na prática como funciona essa informação que foi gerada”, recomendou Alves.

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