Manhã com curso de seleção e registro integra programação da Angus na 41ª Expointer

Genealogia, seleção de animais e carne de qualidade. Essas foram as premissas do tradicional curso de seleção e registro da raça Angus, que aconteceu nesta sexta-feira (31/8), durante a 41° Expointer. Promovido pela Associação Brasileira de Angus, o evento teve apresentações do gerente de fomento, Mateus Pivato, do inspetor técnico Flávio Alves e do coordenador de qualidade do Programa Carne Angus Certificada, Gabriel Beltrão. Cerca de 30 pessoas acompanharam o curso, que também contou com breve apresentação da criadora britânica Ruth Perry, em visita ao Brasil durante seu intercâmbio, que falou sobre as características de seleção e avaliação da raça na Inglaterra.

Foto: Vitorya Paulo

Segundo Pivato, no Brasil há 40 mil reprodutores Angus em ação e, a cada ano, nascem cerca de 3,5 milhões de terneiros com influência da raça no país. O controle de alguns nascimentos é feito com os quatro livros de registro da Associação Nacional de Criadores – Herdbook Collares: Puro de Origem (PO), Puro Controlado (PC), Puro por Avaliação (PA) e o Cruzamento Sob Controle de Genealogia (CCG). Esses registros, explicou Pivato, sempre passam pelo crivo dos inspetores técnicos da Associação. “Só 27 pessoas podem fazer esse trabalho no Brasil, e são os nossos técnicos”, frisou. O gerente explicou, ainda, as características que devem ser avaliadas e devidamente registradas no nascimento dos animais, como sexo, pelagem e tatuagem. “Só quando se anota e certifica que se consegue desenvolver uma raça”, afirmou.

Foto: Vitorya Paulo

Na sequência, Beltrão apresentou dados e critérios de aprovação do Programa Carne Angus Certificada que, em 2018, completa 15 anos. Segundo o coordenador, a iniciativa surgiu com “a necessidade do varejista poder ofertar e o consumidor poder adquirir carne com a certeza de qualidade”. Atualmente, além do ganho com o investimento em genética no rebanho, o produtor pode receber até 10% de bonificação pelas carcaças certificadas. “Em alguns lugares, está chegando em 12%”, afirmou.

Foto: Vitorya Paulo

A terceira palestra do curso focou em seleção de animais, ministrada pelo inspetor técnico da Angus Flávio Alves. De acordo com o médico veterinário, o ambiente é fundamental para a adaptação dos bovinos. “Nem todas as genéticas que existem se adaptam a todos os lugares do mundo”. Conhecer a genética do rebanho é o principal objetivo da seleção, assim como integrar as características de fenótipo com as de genótipo. Desde o nascimento, Alves recomendou que sejam seguidos alguns passos, como identificar todo o gado, controlar partos, colocar brincos e anotar dados como sexo e número da mãe. A avaliação dos animais deve ser feita no desmame e sobreano, gerando números de diferença esperada na progênie (DEP) para gerar rankings entre os superiores e inferiores. “Selecionar o rebanho é conhecer o animal individualmente”, frisou.

Foto: Vitorya Paulo

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