Felicidade longe do pago
- Dia 01/12/2017
A tradição gaúcha é conhecida em todo o país, reforçada pelo orgulho do seu povo. Ser gaúcho é uma qualidade que a pessoa leva com ela para o resto da vida, dizem muitos dos que nascem no Rio Grande do Sul, não importa onde estejam. Isso é exatamente o que acontece com Vinicius Aquino Alves Faria, 34 anos. Distante 961 quilômetros de sua cidade natal, Pelotas, no sul do estado, Vinícius hoje vive em Guarapuava (PR), mas mesmo em campos distantes, veste a tradicional boina e a bombacha que o fazem sentir como se estivesse em casa.
O gaúcho deixou o seu estado natal em 2010, junto com a esposa Lorena Lacava Lopes, 34 anos. Ambos médicos veterinários, o casal se conheceu na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), enquanto cursavam a graduação. Casaram-se em 2009 e, dessa união, nasceram Rômulo Lopes Faria, 7 anos, e João Francisco Lopes Faria, de 3 anos. Sobre eles e o futuro, Faria pontua: “Queremos deixar para eles a escolha do próprio futuro”, disse. “Não queremos condicioná-los a nada. O que quiserem fazer, sendo no campo ou não, apoiaremos”.
O início do seu interesse pela pecuária, no entanto, foi na cidade de Pinheiro Machado (RS). Faria teve contato com o campo através do avô materno Wandercy Rijo Alves Martins, já falecido. Em suas visitas ao avô, junto com o pai Mário Sérgio Moraes Faria, 61 anos, a mãe Sônia Aquino Alves Faria, 55 anos, e a irmã, Carolina Aquino Alves Faria, 33 anos, auxiliava na lida e no manejo dos animais. “Acompanhávamos (ele e a irmã) os manejos com o gado, como os banhos carrapaticidas, e adorávamos ver os animais mergulhando até saírem no escorredor”, relata. Também tinha grandes amigos, lembra ele, com propriedades na cidade. A cada visita a esses locais, se encantava mais pelo ramo.
Após a faculdade, o casal buscou novas oportunidades longe do Rio Grande do Sul. O local escolhido foi a cidade de Pinhão, a 300 km da capital paranaense, Curitiba. No município, Faria seguiu seu trabalho de médico veterinário como autônomo, dedicando-se a reprodução bovina. A entrada na Associação Brasileira de Angus foi acontecer em 2012, mas não como inspetor técnico. Nesse ano, Vinicius integrou o grupo de certificadores do programa Carne Angus Certificada, o que facilitou, três anos depois, a prova de seleção para inspetor.
Para o futuro, Faria tem as melhores expectativas quanto ao seu trabalho na Angus, visto que a raça está se expandindo rapidamente em todo o país. E, já que as suas novas raízes estão fincadas no Paraná, o Estado será o cenário dos dias que virão: “Embora o Rio Grande do Sul seja nossa querência, aqui tivemos maiores oportunidades de trabalho e, além disso, fomos muito bem acolhidos”, conclui.
Formação: Medicina Veterinária na UFPEL.
Natural de: Pelotas (RS).
Região de atuação: Todo o estado do Paraná.
Qual foi a primeira vez que ouviu falar na raça Angus: Na adolescência, quando começou a trabalhar com recria de novilhos auxiliando o pai.
Há quanto tempo atua junto à Associação Brasileira de Angus: 2 anos.
Uma receita infalível com carne Angus: Assado em tiras.
Um rebanho Inesquecível: São dois. Cabanha Soldera, em Panambi (RS), e da Fazenda Brasil Florestal, em Itaiópolis (SC).
Texto: Felipe Lopes
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