Mapa quer Brasil livre de aftosa sem vacinação em 2023
- Dia 05/07/2017
O Ministério da Agricultura apresentou a lideranças do setor primário gaúcho, na tarde desta terça-feira (4/7), o plano nacional de retirada da vacinação contra febre aftosa do rebanho brasileiro. Segundo o coordenador do Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (PNEFA) do Mapa, Plínio Lopes, a meta é suspender a imunização integralmente até 2021 e ter o status de livre de vacinação reconhecido pela OIE em 2023. Para isso, a execução do projeto começa já no segundo semestre deste ano com a regionalização das ações. Em agosto, o Mapa irá retirar a cepa C da vacina contra febre aftosa usada no país, o que, na prática, quer dizer que, na campanha de maio de 2018, as doses aplicadas no rebanho já serão bivalentes. Outra mudança em curso é a redução de volume das doses para 2 ml com o objetivo de evitar inflamações e reduzir perdas nas carcaças. A Associação Brasileira de Angus participou do encontro, representada pelo gerente do Programa Carne Angus, Fábio Medeiros, e pelo gerente de Fomento, Mateus Pivato. “O importante é fazer todo esse processo com tranquilidade e responsabilidade para que ele represente o menor risco possível para a cadeia da carne brasileira que, mês a mês, vem galgando espaços no mercado externo”, salientou Medeiros.
Segundo Lopes, esse movimento reproduz os avanços sanitários obtidos pelo Brasil desde os últimos episódios da doença e reflete o compromisso assumido pelo país com a erradicação da doença no hemisfério. As ações também atendem, alegou ele, a demandas do próprio setor que visa conquista de novos mercados com o novo status sanitário. “A carne fraca vai passar, e temos que tratar da questão sanitária na melhor maneira possível”, pontuou o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques.
Mas a retirada da vacinação não foi unanimidade entre os presentes. Respondendo a questionamentos dos produtores que acompanhavam a explanação e viveram na pede o drama de Joia (RS), Lopes pontuou que o projeto não se resume à transição entre o vacinar e não vacinar. “Há dezenas de ações que estão previstas antes e depois do projeto que visam garantir a segurança do processo, como análise de risco de infecção e introdução do vírus e uma avaliação criteriosa dos serviços de inspeção”, explicou.
O coordenador do programa ainda explicou que todo o trabalho será coordenado por um grupo nacional composto de representantes do setor e que terá respaldo em fóruns regionais de debate. Lopes garantiu que se esse colegiado julgar que o país não está em condições de “dar esse passo” ele será soberano e a vacina não será retirada. Questionado sobre a metodologia de composição desses grupos, Lopes disse que ainda não há definição.
As operações começarão com a organização do território nacional em cinco blocos de acordo com peculiaridades geográficas e efetivo técnico. Os primeiros estados a retirarem a vacinação serão Acre e Rondônia, com previsão para o primeiro semestre de 2019. Em junho de 2020, será a vez de Amazonas, Amapá, Pará, Roraima, Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Em 2021, o trabalho se completa com o fim da imunização na Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo, Tocantins e Rio Grande do Sul.
Para acessar ao plano na íntegra:
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/febre-aftosa/pnefa-2017-2026/arquivos/1_pnefa_-_plano_estrategico_2017_2026_gt_mar_29_v3.pdf.
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