Vencendo desafios na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul

guerreiro

Gaúcho natural de São Borja (RS), o médico veterinário Josemim de Lima Guerreiro, de 62 anos, foi o inspetor técnico responsável por difundir a raça Angus na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Ele acolheu o desafio de preencher com cabeças de gado os campos que dividem os países vizinhos e fez disso a sua grande paixão, a qual o persegue pelas mangueiras há quase 30 anos.

Filho de agricultor, Guerreiro não tinha tradição na família em envolvimento com a pecuária, mas decidiu ir para Uruguaiana em 1973 para cursar Medicina Veterinária na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde formou-se em 1977. Lá, começou a ter contato com a Angus em aulas práticas nas cabanhas da região, como na Cabanha São Luiz, a qual seduziu Guerreiro com seus campos decorados por animais de primeira linha.

Logo após a conclusão dos estudos, o inspetor técnico voltou para a terra natal, onde atuou no Sindicato Rural de São Borja e no Departamento de Inspeção da Secretaria de Agricultura do RS. Mas foi após a fundação do Núcleo de Criadores de Aberdeen Angus de São Borja que Guerreiro viu-se diante de um de seus maiores desafios na vida: tentar difundir a raça na região. “Sou filho de colono, mas pendi para o lado da pecuária. Meu pai, João Manoel Guerreiro, era mecânico do Exército e montou os primeiros tratadores agrícolas em São Borja. Depois acabou sendo agricultor e plantava linho, trigo, soja e sorgo”, lembra. “A minha missão era muito difícil, porque a agricultura naquela época predominava”.

Guerreiro, no entanto, não se intimidou e, inspirado no renomado inspetor técnico Tito Mondadori, provou que a Angus poderia predominar naqueles campos. Para isso, usou como ferramenta todos os atributos da raça e transformou os rebanhos em gado industrial. “Os produtores começaram a conhecer a raça e houve uma mudança muito grande na mentalidade deles para a criação de gado. Consegui mostrar que os animais podiam se adaptar ao clima quente da região”, observa.

A partir daí, não houve mais dúvidas. Um dos sete filhos de João Manoel se tornou “xiru de fundo de campo” e nunca mais tirou os pés da terra vermelha de São Borja. Atualmente, Guerreiro trabalha com cerca de 15 cabanhas na região e faz frente a um projeto direcionado a pequenos produtores, o Polo Gen, com adesão de diversas fazendas. A Angus ganhou a Fronteira Oeste dos gaúchos e Guerreiro adotou para si, tamanha é a sua dedicação, os campos recheados com mais de 180 mil cabeças em São Borja.

Formação: Medicina Veterinária na PUCRS.
Natural de: São Borja (RS).
Região de Atuação: Itaqui, Maçambara, São Borja, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga, Caibaté, Bossoroca, São Francisco de Assis, São Miguel das Missões, Entre-Ijuís, Senador Salgado Filho, Alecrim e Três de Maio.
Qual foi a primeira vez que ouviu falar na raça Angus: Durante a faculdade.
Há quanto tempo atua junto à Associação Brasileira de Angus: Quase 30 anos.
Uma receita infalível com Carne Angus: Entrecôt na grelha.
Um rebanho inesquecível: Cabanha Santa Matilde de Itaqui (RS).

Texto: Jézica Bruno

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