Tecnologia pelo melhoramento genético do rebanho
- Dia 29/06/2016
Criadores de Angus e pesquisadores debruçaram-se sobre as novas tecnologias disponíveis para o melhoramento da raça em diferentes países na tarde desta quarta-feira no 3º Congresso Brasileiro de Angus, em Porto Alegre. Um dos palestrantes a abordar a temática foi o engenheiro agrônomo e doutor em melhoramento genético, Horácio Guitou. O especialista argentino detalhou as ferramentas existentes e debateu como conciliá-las. Iniciou remontando a primeira avaliação genômica no Canadá e lembrou que, em 2003, ocorreu o primeiro projeto de genoma bovino. Na Argentina, citou ele, de todos os touros, 70% tem DEP de característica de performance. Já a American Angus Association começou, em 2012, com o trabalho Training Population para o melhoramento genético, onde foram analisados 2.200 animais. A intenção era aumentar a precisão dos DEP’s moleculares, e, com isso, conseguiram um total 108 mil animais genotipados. “Antes de termos dados, devemos avaliar os touros jovens e fazer o descarte, tanto de touros e novilhas, o que ajuda na redução de 50% dos custos na genotipagem”, completou.
Outra ferramenta que chamou atenção durante os debates foi o uso da ecografia, hoje utilizada em larga escala para mensurar área de olho de lombo e espessura de gordura. Segundo o professor da USP Saulo Luz avanço da técnica deve-se à acurácia, baixo custo e praticidade do sistema.
O painel ainda teve espaço para ponderações acerca da eficiência alimentar. A doutora em Genética e Melhoramento Animal Lúcia Galvão Albuquerque abordou o trabalho para aferimento de índices de ganho em peso, a Conversão Alimentar e o Consumo Alimentar Residual. Como vantagens do Consumo Alimentar Residual (CAR) citou as altas estimativas de herdabilidade. A seleção para o CAR precisa de animais com menores necessidade de manutenção, menor consumo e maior conversão alimentar. Suas limitações são as mudanças na composição do ganho, com seleção indireta para carcaças mais magras, o alto custo de mensuração, e os efeitos antagônicos na reprodução de animais com baixo CAR.
Para obter os registros de ganho de peso médio diário (GMD) e consumo de matéria seca (CMS) é necessário controlar o consumo de matéria seca de cada animal, o que, em geral, é realizado em centrais de teste. Estudos indicam que o mínimo para o GMD é 70 dias e, no mínimo de 40 dias para CMS. O consumo de alimentos e de água deve ser à vontade. A estimação do consumo alimentar residual é realizado pela subtração do CMS estimado do CMS observado, que então vai resultar no CAR.
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