Uso de touros Angus tem excelente resultado no Brasil Central

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Touro Angus foi utilizado para cobertura de vacas Pardo Suíço em Camapuã (MS) Crédito: Gabriel Junqueira

A utilização da cobertura a campo com reprodutores Angus Registrados no Brasil Central tem obtido excelentes resultados como ferramenta para o Cruzamento Industrial. Um exemplo vem da Fazenda 3 Muchachas, em Camapuã (MS). De propriedade de Higino Hernandes Neto, o criatório obteve índices de prenhez superiores a 87,4% em cruzamento entre novilhas meio-sangue Pardo Suíço com genética Angus. Das 254 novilhas testadas em dois grupos, 222 emprenharam. O resultado está próximo da média nacional obtida por vacas adultas e é surpreendente se for levado em conta que os ventres tinham entre 14 a 17 meses. “Nossa grande surpresa foi que realizamos dois desafios, sendo o primeiro pela idade de entrada das novilhas em estação e o segundo e, mais impressionante, foi a utilização de Touros Angus Puros em clima Tropical. Os resultados obtidos nos mostraram uma excelente opção de aumentar os nascimentos de animais meio sangue Angus em cada estação devido ao fato de fazer o repasse direto com animais Angus puros com excelente base genética”, pontuou o gerente administrativo da propriedade, Gabriel Junqueira. Segundo ele, o índice obtido está bem acima dos 50% evidenciado em cruzamentos com novilhas Nelore nas propriedades vizinhas. Além disso, o custo final por prenhes ficou em R$ 82,43 com 100% de nascimentos de animais meio sangue Angus.

 

O primeiro teste foi realizado com um lote de 175 ventres ciclando em que foi feito IATF (50,8%), mais inseminação com observação de cio (70,7%) e monta natural com touros Angus Puros por 65 dias. No final, o resultado foi um índice de prenhez de 90,3%. O segundo lote refere-se a 80 novilhas pré-púberes sujeitadas a monta natural com touros Angus Puros por 85 dias. A investida resultou em 81% dos ventres prenhes. O bom desempenho, explica Junqueira, deve-se ao cruzamento com genética Angus obtida por meio da compra de reprodutores de Renato Ramires Junior, da Fazenda 3 Marias em José Bonifácio (SP). Ele explica que a média foi de uso de um touro Angus para cada 25 novilhas meio sangue Pardo Suíço. “Durante a estação de monta, tivemos dias muito quentes, fazendo com que até os animais que estavam no confinamento reduzissem o consumo de ração devido ao estresse térmico. Mesmo assim, os touros Angus continuaram trabalhando normalmente”, citou o especialista, acrescentando que, após a estação de monta, os técnicos ficaram surpresos com a rápida recuperação dos touros.
Segundo Junqueira, o desafio ajudou a pontuar as matrizes que irão compor o rebanho da Fazenda 3 Muchachas. “As novilhas que emprenharem nesse desafio serão mantidas no rebanho como matrizes. As que não emprenharem terão uma outra chance agora em abril, na monta invertida. As que não emprenharem, aí sim, serão destinadas para engorda e abate” completou.

 

Atenção ao Manejo

O gerente nacional do Programa Carne Angus, Fabio Medeiros, alerta, no entanto, quanto à necessidade de manejo adequado dos reprodutores Angus nesta região. “Preconizamos a realização de rodízio de touros e de cuidado adequado quanto à nutrição e ao controle de ectoparasitas para obtenção dos melhores resultados. A disponibilidade de pasto adequado, em qualidade e quantidade, e de sombra também é fundamental ao conforto térmico e produtividade dos animais nesta região”. Segundo ele, a utilização da monta a campo vem ganhando espaço, pois os criadores brasileiros de Angus vêm selecionando reprodutores adaptados às condições do Brasil Central, com pelame curto e liso, o que, alerta Medeiros, não dispensa o adequado manejo dos animais.

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