O que fazer para aproveitar as oportunidades no mercado de boi gordo no RS?
- Dia 13/05/2014
Os preços de balcão do boi gordo subiram 1,2% esta semana, passando de R$8,40/kg de carcaça, a prazo, para R$8,50/kg, nas mesmas condições. Ocorrem negócios R$0,10/kg acima desse valor.
O volume de negociações diminuiu em relação à semana passada e há dificuldade na compra de animais. A maioria das escalas dos frigoríficos está entre dois e três dias úteis.
Isto é reflexo da chegada do período de vazio forrageiro, quando a disponibilidade de pasto para o gado diminui, devido ao fim do ciclo das pastagens de verão e o ainda baixo ou inexistente suporte das pastagens de inverno.
Em função disto, historicamente as cotações se mantêm firmes de maio até a segunda quinzena de julho, quando a oferta de animais oriundos de forragens cultivadas de inverno tende a aumentar e causa pressão nos preços de agosto a outubro, veja a figura 1.
Figura 1. Variações mensais médias nos preços do boi gordo de 2004 a 2013.

Fonte: Scot Consultoria / Elaboração Lance Agronegócios
Comercializar em junho, julho e agosto é uma excelente oportunidade de aproveitar bons preços, geralmente é o período do ano em que as cotações estão nos maiores patamares.
Mas para conseguir vender animais em junho e julho, o produtor deve ter alimentação mais cedo para os animais e fazer um bom planejamento forrageiro.
Uma boa alternativa para isto é a implantação de pastagens, como o azevém, em linha, que disponibiliza maior volume de forragem em menos tampo, frente à semeadura a lanço.
Aos 45 dias após a semeadura, caso não haja interferência de intempéries, a pastagem implantada em linha pode entregar 2.500kg de matéria seca (MS) por hectare, enquanto uma semeadura a lanço, do mesmo material, entrega por volta de 1.500kg de MS/hectare.
Dependendo da variedade de azevém, caso consiga ser semeada até meados de março (se possível antes), disponibilizará esta quantidade alimento, ou mais, no fim de abril e, dependendo da categoria animal, na segunda quinzena de junho haverá animais terminados para a comercialização.
Então estamos falando de uma boa quantidade e qualidade de alimentação para o gado em um período onde tipicamente ocorre o vazio forrageiro e o mercado demanda mais animais terminados do que há sendo ofertado.
Esta é uma das várias ferramentas para diminuir a sazonalidade de oferta de comida para o rebanho. O que devemos fazer e utilizá-las de maneira adequada e controlada, para que sejam sustentáveis.
Por Renato Bittencourt
Lance Agronegócios
(53)9995-2790
www.lanceagronegocios.com.br
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